"De acordo com a agência noticiosa francesa AFP, um grupo de cerca de 200 manifestantes que empunhava uma "enorme" bandeira da Grécia, na qual escreveram em grego clássico "Vitória ou Morte", foi dispersado pela polícia na altura em que tentavam entrar no parlamento, na Praça Syntagma, debaixo de chuva intensa.
No momento em que se aproximavam do edifício chamaram "ladrões" aos deputados que se encontram no interior do parlamento e um dos manifestantes queimou no local uma bandeira da Alemanha, enquanto outros manifestantes tentavam pegar fogo a uma bandeira nazi, tendo sido impedidos pela polícia de choque, que já disparou granadas de gás lacrimógeneo contra os manifestantes que se encontram desde manhã concentrados frente à assembleia." Visão, 7/02/2012
Se nos lembrarmos que a Grécia foi invadida e ocupada pela Alemanha nazi de Abril de 1941 a Outubro de 1944, temos razões para ficar preocupados. Morreram de fome cerca de 300 000 civis gregos, além de muitas dezenas de milhares às mãos dos nazis alemães e seus aliados internos. Esta gente parece não perceber que pode estar a ressuscitar fantasmas antigos, a abrir feridas que nunca foram verdadeiramente curadas e que o euro e a economia não são as únicas variáveis nesta crise europeia. A inscrição "Vitória ou Morte" na bandeira em grego clássico poderá ser um aviso de que o que está a ser atacado não é apenas a Grécia moderna mas a civilização helénica. A evocação desses factos, mesmo que simbolicamente, é arrepiante, pode ser o fim de Europa em paz (que, afinal, apenas dura há 70 anos, se não contarmos com a guerra no Cáucaso).
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