O que muita gente não perdoa a José Sócrates é que, não passando de um provinciano, se arrogue a ousadia de se fazer passar por uma pessoa cosmopolita, informada, polida e que, ainda por cima, tenha sido um político de sucesso (afinal foi eleito duas vezes). E que, como dizia um dia destes a Maria Filomena Mónica na SIC Notícias, tenha ido para Paris estudar Filosofia. "Filosofia? Ele devia era ter voltado para a Covilhã", de onde nunca devia ter saído. Estudar no estrangeiro deveria ser para pessoas como ela, que esteve a estudar em Londres, de extração burguesa lisboeta, agora um pelintra que apanhou o elevador social das berças para Lisboa em vez do comboio da linha da Beira Baixa.
O mesmo pensará MFM, e pessoas iguais a ela, de pessoas como Cavaco Silva, que têm uma origem semelhante. Só que Cavaco Silva, que para elas será sempre para elas o homem de Boliqueime ou o filho do gasolineiro, não pedala para pertencer às elites, não é sofisticado nem veste fatos Armani, é o que é e não aspira a mais do que complicar a vida ao PSD nos intervalos da sua magistratura confusa e bamboleante.
O ódio que esta gente tem a Sócrates é do domínio do demencial, do patológico; a argumentação, mesmo que razoável, que esgrimem contra as suas políticas, é completamente submergida por essa raiva histérica e intolerante.
Não há pachorra para os ouvir. A frase assassina referida foi a primeira intervenção de MFM no dito programa televisivo - saí da sala onde estava a televisão.
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